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Varejo retoma expansão nas vendas em setembro


Os setores com melhor desempenho são os de itens básicos. Foto: Antonio Paz/ JC

O varejo brasileiro voltou a crescer em setembro. Segundo dados divulgados na terça-feira pelo IBGE, as vendas no setor avançaram 0,5% frente a agosto - resultado que anula a queda de 0,4% do mês anterior. Já em relação a setembro de 2016, a alta foi de 6,4% - a maior nesse tipo de comparação desde abril de 2014. Inflação baixa, taxa de juros em queda e recuperação gradual do mercado de trabalho ajudam a explicar os dados positivos, de acordo com analistas, que esperam novas altas nos próximos meses.

No acumulado do ano, o varejo tem alta de 1,3%. Em 12 meses, o setor segue em queda, de 0,6%. O desempenho de setembro foi puxado pelo setor de supermercados, onde o movimento cresceu 1% frente a agosto. Os segmentos de artigos de uso pessoal e vestuário também se destacaram, com altas de 2,9% e 0,2%, ainda na comparação mensal. O destaque negativo foi a queda de 0,7% no ramo de combustíveis e lubrificantes.

"Os setores com melhor desempenho são os de itens básicos, como supermercados e artigos farmacêuticos. São segmentos que se beneficiam com maior disponibilidade de renda e deflação de alimentos", diz Isabella Nunes, gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE.

Na avaliação da Rosenberg Associados, os números mostram que existe uma trajetória de recuperação no setor. A consultoria revisou sua projeção para o crescimento do varejo em 2017, de 1,5% para 2,5%. "As perspectivas são positivas para os próximos meses. Queda de preços, crédito a pessoa física se recuperando (reagindo à política monetária) e melhora do mercado de trabalho, mesmo que modesta, deverão contribuir para a continuidade do movimento de retomada do consumo", afirmou a consultoria.

O Itaú Unibanco também destacou o efeito dos juros e do menor endividamento das famílias. A projeção do banco para o resultado de outubro, em relação a setembro, é de alta de 1,1%. "O resultado sugere uma retomada da tendência de alta após dois meses em ritmo mais fraco - possivelmente afetados pela devolução de um impulso temporário associado ao saque das contas inativas do FGTS", aponta a nota do banco, assinada pelo economista Artur Passos.

O resultado é divulgado a poucos dias do início da temporada de vendas de Natal, que o setor espera ser o melhor em quatro anos. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisou a projeção para o desempenho do varejo no fim de ano, para alta de 4,8% frente ao ano passado (inicialmente, a entidade esperava crescimento de 4,3%). Essa expectativa já se reflete na confiança no setor. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado pela CNC, avançou para 107,2 pontos (resultados acima de 100 são positivos) em outubro, alta de 10,3% frente ao ano passado.

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