Redes de farmácias gaúchas têm mais de mil vagas de emprego
- Adriane Lengler
- 1 de nov. de 2017
- 3 min de leitura

Levantamento do site de empregos Adzuna.com.br, em parceria com a AGV, aponta crescimento na oferta de emprego
A maioria do turista brasileiro fica encantado com as farmácias “gringas”, fazendo com que as unidades da CVS e Walgreens nos Estados Unidos ou da Boots em Londres, por exemplo, virassem pontos turísticos obrigatório. O varejo farmacêutico no Brasil entendeu a tendência e desde as últimas duas décadas vem transformando seus pontos de venda meramente de medicamentos para verdadeiro comércio completo de estilo de vida, bem-estar e cuidados pessoais. Pioneiras nessa revolução como as redes Drogaria Iguatemi, Onofre e a gaúcha Panvel, hoje ocupam um desejado filão do setor terciário: pontos de venda em ruas nobres e em shopping centers de todo país.
O crescimento do setor pode ser atestado por outro índice positivo: a oferta de empregos no varejo farmacêutico é constante. Segundo os dados do site de busca de empregos Adzuna.com.br, em parceria com a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), das quase 400 mil vagas de emprego anunciadas, 12 mil são em farmácias. Nas regiões Sul e Sudeste estão mais da metade dessas vagas no país, sendo mais de mil vagas no mercado farmacêutico só no estado do Rio Grande do Sul. Os cargos disponíveis tem como média salarial R$ 1.696,00, sendo o salário mais alto de R$ 5.000,00.
No Estado há mais de 5,3 mil farmácias e drogarias comerciais, quase 700 delas só na capital Porto Alegre, ou seja, uma farmácia para cada dois mil habitantes. Há 20 anos existiam menos da metade, segundo dados do Conselho Regional de Farmácia do Estado. No Brasil, segundo o Conselho Federal de Farmácias, existem quase 80 mil farmácias e drogarias comerciais no país, sendo 43% delas independentes e o restante fazem parte de grandes redes, conglomerados de lojas modernas com expansão agressiva e alto poder de investimento. Em uma década, a representatividade cresceu 56%, segundo a Abrafarma, deixando aquela impressão de uma farmácia por bairro.
FATURAMENTO EM ALTA
Praticamente todas as grandes redes do varejo farmacêutico investiram em marca própria e em venda multicanal, lançando site de e-commerce e serviço de delivery. A diversificação de produtos, como itens de higiene pessoal, dermocosméticos e artigos de beleza já representam 30% do faturamento, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma).
O varejo farmacêutico tem explorado um mix de táticas de marketing até então usado pelo varejo mais tradicional, como lojas de vestuário ou concessionárias de automóveis. O setor investe pesado em publicidade e propaganda, gerenciamento de redes sociais, programas de fidelidade, eventos de lançamento e campanhas institucionais, além do convencional folheto de ofertas. O trade marketing, ou ações promocionais em pontos de vendas, já pode ser comparado aos grandes supermercados, com gôndolas atraentes e amostras grátis para promover novos produtos.
Todos esses esforços resultaram em um faturamento alto para um setor que parece não ter sido afetado pela crise econômica: R$ 85 bilhões em 2016, segundo levantamento da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). O setor investe em inovação e diversificação sem tirar os olhos do carro-chefe de toda farmácia, já que o Brasil ocupa a sexta posição em vendas de medicamentos do mundo, segundo a consultoria GlobalData. Além de uma demografia populosa, o mercado farmacêutico prospera pelo fato do brasileiro resistir em cortar o consumo de medicamentos e produtos para cuidado pessoal mesmo durante uma retração econômica.
Além da tradicional vaga de farmacêutico e do auxiliar de farmácia, que exigem formação superior ou técnica na área, as grandes redes varejistas têm buscado profissionais capacitados em vendas, tecnologia, marketing e gestão de negócios para aumentar o faturamento e expandir presença nacional. Muitas buscam um gerente de compras preocupado com produtos importados para diversificar suas prateleiras com lançamentos mundiais. Praticamente todas contam com uma promotora de vendas ou consultora de beleza para demonstrar cosméticos e produtos dermatológicos.
Bem longe das antigas “pharmácias” e boticas dos nossos avós do começo do século XX, o varejo farmacêutico se impõe hoje como forte propulsor econômico, atraindo investidores estrangeiros e gerando milhares de empregos diretos e indiretos. Com expectativa do Brasil se tornar o 5º maior mercado farmacêutico do mundo até 2021, a demanda por mão de obra qualificada também deverá atrair profissionais que buscam oportunidade de crescimento de carreira.
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