Donas da Dudalina e da Ellus desistem de fusão
A união de duas importantes empresas de moda que passam por dificuldades no Brasil não se concretizará, segundo informaram nesta quinta-feira as companhias Restoque (dona de marcas como marcas Le Lis Blanc, Bobô, Dudalina e John John) e InBrands (cuja operação inclui, entre outras bandeiras, Richards, Ellus, Tommy Hilfiger e Bobstore).
Voltados para as classes A e B, os grupos acumulam prejuízos há alguns trimestres e mais uma vez tiveram resultados negativos em seus balanços mais recentes, referentes ao período de abril a junho. A Restoque fechou o trimestre com perdas de 12,8 milhões de reais, e a InBrands teve prejuízo de 43,5 milhões de reais.
Mais do que o resultado final em si, o ponto que mais preocupa analistas de mercado é que as vendas de ambos os grupos não param de cair. No trimestre passado, somente redes populares, como Renner e Riachuelo, conseguiram mostrar alguma reação nas vendas em relação ao mesmo período de 2015.
No caso da Restoque, as vendas consolidadas no quesito mesmas lojas tiveram queda de 5,9%, resultado muito semelhante ao apresentado pela InBrands, que recuou 6,7% em relação a 2015. “As duas estão em situações semelhantes, mas diria que a InBrands está em posição mais delicada”, disse um analista ao jornalO Estado de S. Paulo. No fim de junho, a dívida líquida da InBrands era de 549,3 milhões de reais, alta de 19,7% em relação ao fechamento de 2015.
Um dos “alentos” do resultado da Restoque – e que impediu as vendas nas lojas abertas há mais de um ano de caírem mais – foi a Dudalina. A camisaria, que realizou uma fusão com o grupo no fim de 2014, viu suas vendas subirem quase 9% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2015. O resultado da Dudalina mostrou que a tentativa de ampliar o portfólio de produtos da marca – hoje ainda mais conhecido pelas camisas, sobretudo as femininas – pode ser um passo na direção certa.
Apesar do crescimento da Dudalina, o mercado não parece disposto a apostar num “retorno” da Restoque. Relatório do banco Brasil Plural, por exemplo, estipula o preço-alvo do papel abaixo de 4 reais, não muito diferente do patamar atual, nos próximos meses. A recomendação é a venda da ação.
Fonte: Estadão Conteúdo